quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Chirco e Garizé

Pagina de HQ - Chirco e Garizé - Dois Passaros que vive com desarranjo...
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Níveis de atuação na ilustração.

            A formação de Ilustração no Brasil tem sua origem no ensino do desenho artístico e artes plásticas. Muitas escolas não aprofundam questões próprias da área da ilustração, não refletem sobre dimensões que envolvem a linguagem da ilustração e nem seu papel como meio de comunicação. O resultado disso é uma formação inconsistente, e mais, uma geração de ilustradores sem base sólida, que sequer conseguem defender, seu papel no mercado. No Brasil a atividade é mal repensada, não há por parte de muitos ilustradores brasileiros uma necessidade de discutir a ilustração com uma profundidade mais teórica. Os diálogos ficam no nível técnico e artístico, não entra para um nível conceitual, o que faz com que a ilustração, não seja vista em sua complexidade e lugar merecido, por outro lado, algum que ao entrar no nível acadêmico abandonam a pratica e reduz sua atuação no mercado. Assim, podemos encontrar níveis de atuação com ilustração: o nível de ilustração artesã, amadora, semiprofissional, profissional e acadêmica.

 
a) Ilustração-artesã: é aquele nível onde o ilustrador/a atua de modo prático e defende a ideia de “dom” para desenhar. Para este, a ilustração se resume em técnicas próprias, principalmente, a técnica que ele ou ela domina ou sabe. Na Ilustração-artesã, o sujeito não se interessa por estudos, seu método é acerto e erro pela pratica. Na verdade sua atuação reduz à ilustração ao seu “dom” de desenhar.

b) Ilustração-amadora: está um pouco à frente da Ilustração-artesã, pois, o amador/a apresenta interesse de aprender outras técnicas, porém por meio de autodidatismo. No nível amador, o ilustrador/a torna-se consumidor de livros e revistas de técnicas de desenho e pintura, além dos tutoriais que encontram na internet. Sua atuação no mercado não é tão limitada como a do ilustrador artesão, mas, perde-se com uma visão tecnicista, a noção do quanto o trabalho de ilustração vai além do mero produto técnico e artístico.
 
c) Ilustração-semiprofissional: Neste nível, o trabalho com ilustração apresenta preocupação tanto com aspectos técnico-artísticos quanto com aspectos conceituais ou de comunicação. Neste nível o ilustrador/a procura se atentar com a mensagem que sua ilustração pode ou não representar. Já tem um dialogo pra além da técnica, se preocupa com o público e com a comunicação da mensagem de seu cliente.

d) Ilustração-profissional: Este nível, o trabalho com ilustração apresenta preocupação tanto com aspectos técnicos quanto com aspectos conceituais, quanto a outras funções que uma ilustração pode impactar dentro de um projeto como um todo. Neste nível o ilustrador/a sabe que seu papel vai além da produção de artes ou textos visuais. O sujeito se atentar com o impacto social econômico e cultural que uma ilustração pode exercer. Por exemplo, numa ilustração publicitaria, a ilustração além de representar os conceitos de um produto ou serviço, também, pode apelar retoricamente aos desejos do publico; como os “apetites appeals” de sorvetes, chocolates, sucos e outros produtos e serviços.



 


Exemplo: Apetite appeal - picolés refrescantes
(o termo técnico, apetite appeal significa apelo à fome) 

A ilustração pode seguimentar um produto ou serviço; quando com uso de personagens um produto é direcionado para o público infantil ou outro público. A ilustração como linguagem, pode modular um projeto de comunicação; quando num panfleto informativo sobre saúde ilustra personagens ou usa linguagens como quadrinhos, infográficos em direção a um determinado gênero, faixa etária ou sujeito com aspectos cognitivos delimitados.

            O ilustrador/a profissional tem consciência (ou deveria ter) que a ilustração dentro de um projeto pode exercer função de: potencializar a comunicação, colaborar com estratégia de marketing e propaganda, compor um produto e impactar tanto no capital simbólico como financeiro da empresa ou instituição.

a) Ilustração-acadêmica: é aquela que se limita ao discurso teórico sobre ilustração. Neste nível a pratica não é tão importante, mas, sim a reflexão sobre a ilustração sobre o viés de diversas disciplinas e perspectivas teóricas. Disciplinas como: Teoria da imagem, Semiótica, Historia das artes, Linguagem Visual, Psicologia Gestalt, Antropologia visual, Estética, Gramatica visual, Teoria das cores, Sociologia do consumo e da arte, Linguística e outras mais, podem auxiliar o ilustrador a compreender, qualificar e melhorar sua área de atuação.

Como podemos ver existe vários níveis de atuação com ilustração: o nível de ilustração artesã, amadora, semiprofissional, profissional e acadêmica. Nesse curso não temos interesse pelo nível da ilustração-artesã. Buscaremos uma orientação para o nível profissional, mas, nada impede o estudante de iniciar na carreira pelo nível amador e durante o decorrer do tempo alcançar o profissional. Então, prepare um pequeno portfolio e boa sorte!

por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato. Professor da formação de Ilustrador na Findação Bradesco - Osasco.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Madre...

Madre Morbita...
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SKETCHGIRL

Sketchgirl - canta hidrografica e photoshop
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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Radical sport e Saibão e Sponja


hq Sport radical - biscoito radical

historia de dois personagens que andam pela cidade de São Paulo repensando o mundo de maneira peculiar.

Spirit Hunter


Uma personagem para uma historia que escrevi...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tênis Polar

Tema do mês No Sketch Urbano - Tenis Polar- Caneta hidrografica e photoshop
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Ilustração: sintaxe, semântica e pragmática.

A a ilustração e o desenho distinguem-se, principalmente, por seus objetivos ou finalidades, dito de outro modo, seu uso ou dimensão pragmática.

Vamos utilizar três termos do estudo da linguagem para compreender melhor essa distinção entre ilustração e desenho artístico em relação sua função como linguagem e mídia. Observe a figura abaixo:
 
 
 

O termo sintaxe vem do grego sin (junto, ao lado de), taxe (conduzir) que significa colocar conduzir junto ou ao lado. Os aspectos sintáxicos ou sintáticos são os aspectos da composição dos elementos visuais ou gráficos da imagem como: cor, tonalidade, textura, orientação e disposição espacial entre as figuras, formas e outros elementos visuais. Na imagem acima, temos uma composição entre um fundo de uma paisagem com predominância de cores frias e neutras, com predominância do verde e é bem dividida espacialmente da figura do personagem, em primeiro plano, com cores quentes. Apesar do contraste à uma harmonia entre verde vermelho que são cores complementares.  O cenário predomina no espaço acima da composição enquanto o personagem fica abaixo, etc. Informações desse tipo, mais visual ou gráfico que consideramos à dimensão sintáxica da imagem.
            O semântico refere-se ao conteúdo ou ideia que lemos na compreensão da imagem. Trata-se do significado ou a mensagem que ela produz. Por exemplo, percebemos na imagem, um cenário arborizado, com casas vista de cima e, a frente um garoto criativo e aventureiro com seu carrinho de rolimã voador. A dimensão semântica é a dimensão do significado da mensagem da imagem.
            A dimensão pragmática pode se referir ao uso, no sentido de efeito da mensagem no público, quanto também, implicar no sentido utilitário do termo. A imagem acima do cenário arborizado, com casas vista de cima e, à frente um garoto criativo e aventureiro com seu carrinho de rolimã voador, pode produzir um efeito contemplativo lúdico ou divertido, passar uma sensação de aventura, adrenalina e até mesmo estimular o público buscar uma aventura, refletir no tema da criatividade ou das invenções da humanidade, etc. Devido a esse potencial de produzir efeito é que essa imagem pode ser apropriada como instrumento de comunicação, propaganda ou como objeto de exposição. Vamos observar abaixo essa questão do uso no sentido utilitário:
 
 
Acima à esquerda, o desenho pode, em determinado contexto, ser utilizado como uma arte para uma exposição, onde seu tema transmite a ideia de aventura e criatividade. À direita, o desenho teve acréscimo de outras informações e foi aplicado a um cartaz de comunicação visual para um evento de feira de quadrinhos, nesse momento, o desenho é utilizado para atender uma necessidade de comunicação e marketing de um cliente, agora numa relação de fins comerciais, e não mais, uma necessidade de expressão pessoal do artista, logo, passou a ser uma ilustração.  A ideia, de aventura e criatividade, foi deslocada e explorada para a composição da mensagem de um cartaz publicitário, com objetivo de passar uma mensagem para atrair um determinado público para um evento de mercado. Para concluir, podemos dizer que o valor pragmático e utilitário do desenho artístico, vai em direção ao contemplativo e ao estético, enquanto, na ilustração a direção é ideológica e mercadológica. Essa distinção se faz cada vez mais necessária na área da ilustração, para o ilustrador, enquanto profissional, possa demarcar um lugar ético e uma identidade definida e seu valor na sociedade.
 
por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato. Professor da formação de Ilustrador na Findação Bradesco - Osasco.